Severino retirante fala diretamente ao leitor, buscando apresentar-se e contando a respeito de sua decisão em emigrar para o litoral.
Para aproveitar mais a leitura (ou releitura) do canto, fique atento às questões centrais e aos temas transversais do texto.
Após ler (ou reler) o canto e para verificar a compreensão, procure responder a esses questionamentos centrais do trecho
Explique o motivo da dificuldade de Severino em encontrar uma forma de se apresentar e de marcar sua individualidade e identidade no primeiro canto do poema.
Explique, com suas palavras, quem é Severino afinal de contas.
Após a leitura do trecho e as considerações feitas através do roteiro de leitura, confira a análise do canto que preparamos para você.
Estabelecimento de uma interlocução: Severino retirante fala com os leitores/ouvintes do poema;
Severino procura apresentar-se e definir sua identidade e individualidade, fracassando;
Generalização do nome Severino: todo aquele que está submetido a uma vida de privação, sofrimento e miséria e, consequentemente a uma morte prematura.
Severino/Severina aparece como um termo de dupla classificação: substantivo quando nome de pessoas e adjetivo quando caracteriza o tipo de vida e o tipo de morte que pessoas em situação similar ao protagonista se encontram
Candido Portinari
Retirantes,
1944
Óleo sobre tela, MASP.
Segundo o dicionário Caldas Aulete Digital, retirante é uma "pessoa que, sozinha ou em grupos, se retira da região onde mora (ger. no Nordeste brasileiro) para uma região aparentemente mais promissora."
De acordo com dados fornecidos pelo IBGE, o nome Severino tem grande popularidade na Paraíba e em Pernambuco (onde se passa a história do livro), sendo que foi entre as décadas de 1950 e 1960 que esse nome atingiu o máximo de popularidade entre os nascidos e registrados no território nacional. Mesmo que estejamos falando de uma realidade na qual a taxa de crianças não registradas era muito maior, esses dados nos permitem perceber que Severino era um nome perfeitamente comum na época da publicação do livro (1955), o que reforça ainda mais a ideia de que a vida severina e a morte severina são extremamente comuns no contexto de seca.
Severino inicia sua empreitada com a ideia clara de defender sua própria vida, fugindo da miséria e da seca fustigante. Para compreendermos a dor de Severino, precisamos entender o sertão nordestino, seu clima, sua flora e sua fauna.
Clique aqui para acessar o Monitor de Secas do Nordeste. Iniciativa criada em 2016 pelo Governo Federal e pelos governos estaduais, com o apoio do Banco Mundial e do Fundo Espanhol para a América Latina (SFLAC). Os mapas são atualizados frequentemente e mostram, além do sertão nordestino, toda a porção territorial que é afetada por períodos secos, como os estados do Sul do Brasil.